A DANÇA MACABRA DO CORPO: ANGÚSTIA E VUNERABILIDADE NA CLÍNICA PSICANALÍTICA
Na contemporaneidade o corpo é tratado como um objeto a ser moldado. Academias, spas, cirurgias estéticas… tudo parece girar em torno da ideia de que podemos controlar nossa existência através do corpo. Mas será que isso realmente nos dá segurança? Em seu texto, Lucia Maria de Freitas Perez nos lembra que Freud já dizia: o ego é, desde o início, um ego corporal. Ou seja, nossa identidade está profundamente ligada ao corpo, mas também à sua vulnerabilidade. E é justamente essa fragilidade que nos angustia. Aqui vem um ponto crucial: o corpo não é só um lugar de prazer, mas também de sofrimento. Em muitos casos, o sujeito não consegue elaborar sua angústia e acaba descarregando tudo no corpo: que pode aparecer como compulsões, sintomas psicossomáticos ou até cirurgias repetitivas. Perez traz o caso de Lia, uma paciente que passou por inúmeras cirurgias, não para buscar um corpo perfeito, mas para tentar eliminar a dor. Mas será que cortar o corpo realmente corta o sofrimento? Ou s...