quarta-feira, dezembro 28, 2011

O DIREITO À SINGULARIDADE

"Se a psicanalise é a experiência que permitiria ao sujeito explicitar seu desejo, na sua singularidade, essa experiência somente poderá se desenvolver se afastarmos qualquer intenção de terapia. A terapia, a terapia do psíquico, é a tentativa fundamentalmente vã de padronizar o desejo para que ele coloque o sujeito na esfera dos ideias comuns, do um como todo mundo. Ora, o desejo comporta essencialmente, no ser que fala e que é falado, no ser falante, um não como todo mundo, um à parte, um desvio fundamental e não secundário.
O discurso do mestre quer sempre a mesma coisa, o discurso do mestre que o como todo mundo. E se o psicanalista representa alguma coisa, essa coisa é o direito a um desvio que não se mede por nenhuma norma. Um desvio vivido como tal, porém, que afirma sua singularidade, incompatível com qualquer totalitarismo, com todo para todo x. A psicanalise promove o direito de um só com relação ao discurso do mestre que faz valer o direito de todos..O desejo do analista se coloca do lado do Um, com relação ao todos. O todos tem seus direitos, sem dúvida, e os agentes do discurso do mestre se vangloriam de falar em nome de todos. O psicanalista tem uma voz trêmula, uma voz bem pequena para fazer valer o direito da singularidade."

Jacques-Alain Miller
in: Perspectivas dos Escritos.........

Um comentário:

Anônimo disse...

Uma Bosta todo esse lêlê ai.....
Meus sinceros sentimentos....

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