CURSO DE FORMAÇÃO EM PSICANÁLISE
Ementa: Conforme Calligaris (1989, p. 9), a clínica psicanalítica difere da psiquiátrica por não ser pautar, como esta última, na constatação da presença ou ausência dos fenômenos elementares da crise psicótica: alucinações, delírios dissociativos, persecutórios … A clínica psicanalítica é uma clínica estrutural, o que significa dizer: ela se orienta pelas estruturas que se deixam reconhecer a partir do lugar que o discurso do paciente reserva ao analista. De toda sorte, é em função dessa forma de compreender a clínica - como uma estrutura discursiva em que o analista é convidado a assumir um lugar - que a psicanálise pode falar, por exemplo, de psicoses mesmo na ausência dos fenômenos catalogados como manifestações psicóticas. Isso porque, conforme Calligaris, a psicanálise reconhece haver uma estrutura psicótica, uma forma de ligação entre o analista e o analisando, a qual não necessariamente desemboca numa crise psicótica e, por conseguinte, nas manifestações comportamentais exaustivamente descritas pela psiquiatria. Há, para a psicanálise, uma psicose fora da crise. Há uma estrutura psicótica. Mas o que devemos entender por “estrutura psicótica”?
Bibliografia:
LACAN, Jacques. 1932. Da psicose paranóica e suas relações com a personalidade. Trad. A. Menezes, M. A. C. Jorge & P. M. Da Silveira, Rio de Janeiro: Forense Universitária, 1987.
_______________, 1955-6 O Seminário. Livro 3: As Psicoses. Texto estabelecido por Jacques-Alain Miller, Trad. M. D. Magno. 2.ed. Rio de Janeiro: Zahar, 1998.
QUINET, Antonio, Psicose e Laço Social, Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006
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